É aceitável que dúvidas sobre o mercado de trabalho e condições de empregabilidade ocorram entre aqueles que desejam iniciar nosso processo formativo. O ponto a ser destacado são os avanços significativos em algumas áreas das políticas públicas, especialmente quanto à melhoria dos serviços sociais básicos por parte do Estado.
Para atender a demanda crescente deste importante programa assistencial, fazem-se necessárias propostas de formação de novos psicólogos direcionados à atuação generalista e multiprofissional, voltado à saúde integral, com forte ênfase humanista e conhecimento da realidade em que ele está inserido, favorecendo seu compromisso social e ético, o que o levará a uma prática solidária, promocional, preventiva e reabilitadora, embasada nas crescentes inovações tecnológicas e de conhecimentos, respeitando o espaço de autonomia das pessoas na gestão das questões de sua saúde.
Desejamos destacar a ampliação das ações profissionais e científicas da Psicologia no campo das políticas públicas em saúde, particularmente nas atividades de Redução de Danos, nos Programas de Saúde da Família, nos Centros de Apoio Psicossocial, bem como nas ações de Saúde do Trabalhador. Outro frente de trabalho são as atividades junto com os operadores do Direito, com uma participação efetiva nas varas de família e de criminal. Destacamos também os trabalhos multi-centros com prevenção, promoção e reabilitação com ajuda do esporte. Isto demonstra que a Psicologia efetivamente abre novos espaços de atuação para além do modelo da clínica psicológica tradicional. Esta, por seu turno, já se encontra em novos ares através do incremento de projetos junto às neurociências e o uso de neuroimagem que requalifica boa parte dos aportes teóricos da Psicologia. Mas cabe o destaque para a contribuição de novos profissionais com atuação em data base. Estes postos de trabalho tão caros ao cenário laboral, encontra no perfil da Psicológica, profissionais com capacidade para analisar dados e tomar posicionamentos que podem gerar contribuições efetivas para governos e empresas, em distintas ações junto à população. Trata-se, portanto, de um momento alvissareiro para a profissão, no Brasil.
No âmbito internacional acreditamos que o mercado está em expansão e que há uma tendência mundial para o incremento da participação da Psicologia entre países e continentes distintos. Essas ações ocorrem em atividades de caráter interdisciplinar e convidam os futuros profissionais a apresentar um repertório diferenciado, onde o domínio de dois ou mais idiomas, além do português, são uma das competências necessárias para uma atuação em outros pontos do planeta. Destacamos, neste momento, ações de acompanhamento clínico ou processos de recrutamento, seleção e treinamento mediados por novas tecnologias da comunicação, os suportes psicológicos em casos de imersão em novas culturas – tendo em vista a constituição de famílias com pares de nacionalidades diferentes –, para ajuda internacional em situações de tragédias, emergências e desastres de causas naturais ou humanas, a participação em projetos internacionais de pesquisa e, uma cena cada vez mais consolidada, a presença de psicólogas e psicólogos no desenvolvimento de conteúdos, softwears e estratégias de entretenimento, tais como os games, as redes sociais, para trabalhar o entendimento do perfil dos usuários desses processos.